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A expressão “Show-Off” nunca teve tanto significado como na exposição Exhibitionism: Rolling Stones. Trata-de da maior retrospectiva alguma vez feita sobre a banda de rock mais famosa do mundo, patente na Saatchi Gallery, em Londres, até 4 de Setembro. Tudo a postos para uma “quick getaway”? Tudo o que poderá desejar encontrar, da música à moda, das artes plásticas à própria história das últimas 5 décadas, vai lá estar.

Quando a Saatchi anuncia uma exposição, antecipamos logo a sua qualidade. Mas quando a Saatchi anuncia que, excepcionalmente, para visitar a galeria é preciso comprar o bilhete para uma determinada exposição, estamos num outro nível de exigência e promessa de qualidade. E é assim que o espectáculo começa, com um grupo de eternos rebeldes a chamar mais uma vez as atenções, bem no meio de uma das zonas mais “posh” de Londres. O imponente edifício fechou exclusivamente para um concerto de luzes, música, fotografia, moda e arte, numa mostra que reúne mais de 500 peças da colecção privada da banda.

 

“Estamos a pensar nesta ideia há bastante tempo mas queríamos realizá-la no momento perfeito e numa grande escala. Este processo tem sido como planear uma das nossas tournées e agora é o timing mais interessante para nós.” Mick Jagger

 

Ao longo de nove galerias temáticas, que contam o percurso dos Rolling Stones, podem ver-se figurinos originais, instrumentos e manuscritos, projectos e maquetes de vários palcos, posters, fotografias, obras de arte, diários pessoais, vídeos nunca antes vistos e faixas de áudio nunca antes dadas a ouvir. Cada visitante pode sentir-se produtor e sentar-se numa réplica de um estúdio de som onde as mesas de mistura são interactivas. Pode deambular pelo backstage de um palco, ver um camarim, e terminar a cantar com Mick Jagger num espectáculo 3D. E tudo começa com o convite para entrar porta adentro do primeiro apartamento que a banda partilhou em Edith Grove, Chelsea. 

A experiência é tão realista e intensa que somos muitas vezes relembrados que os mitos são homens e ficamos sem saber onde traçar a linha que separa a realidade da ficção. Alguns críticos, curadores, os próprios produtores e responsáveis pela exposição debatem-se com o estabelecer deste limite. Dan Edwards chega mesmo a afirmar, num artigo que escreveu para a revista da Saatchi, que “os Rolling Stones não existem”. O que existe é o que cada um pensa que sabe, ouve contar, e mistura depois no que acredita e propaga sobre a banda. Entrar no lado privado de lendas do rock pode ser o derradeiro confronto entre as suas fabulações de adolescente e o lado racional da vida. 

 

Uma das salas mais fascinantes e que certamente mais alimentam o mito à volta da banda é a dedicada às parcerias com designers de Moda, artistas plásticos e cineastas. Que outras disciplinas sugerem mais a fantasia nos espectadores do que a Moda e a Arte? De Dior a Andy Warhol, de Prada a Martin Scorsese, de Alexander McQueen a Jeff Koons, há cinco décadas de objectos artísticos que registam, interpretam e ilustram a vida de Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood e como os Rolling Stones revolucionam e inspiram a cultura do rock e pop. A designer Anna Sui faz a pergunta certa: “Quando desenho uma colecção penso sempre, isto é cool o suficiente para o Keith?”

 

Carregue no Play e comprove. Mas a julgar pelo furor que este “exibicionismo” todo causou, ninguém quer saber da realidade e todos preferem continuar a acreditar no mito. Prepare-se porque “the show will go on”. E Keith Richards explica porquê: “Ainda é muito cedo para falar em legado. Ainda não acabámos e há uma coisa que ainda nos falta descobrir: quanto tempo mais vamos conseguir manter este ritmo. E vamos descobrir.”

Exhibitionism: Rolling Stones

Até 4 de Setembro, Saatchi Gallery, Londres

www.stonesexhibitionism.com 

#StonesIsm

(2016)

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Rolling Stones: Garantimos 100% Satisfação
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